3 POEMAS DE MARIA OTTILIA RODRIGUES

ANA DO MEU SONHAR

Ana, dos meus cândidos sonhos
Dos meus dilúvios internos
Deixaste meu corpo, outrora nu
Em cima de uma cama sem coberta
Sem esmola, sem respostas

Ana, nas pedras te eternizei
No calor de um inverno quente te fiz
Nos cabelos compridos me enrolei
E nas mãos dadas me senti mulher
Daquelas que ama e não tem medo
Ó, Ana… Agora há medo em mim.

Ana, nunca esquecerei teus beijos
Que em apenas uma tarde foram ardentes
E essa boca que era minha no entardecer
Não é minha mais… Não há mais tarde.

Ana, minha amada vitalícia
Ficou no passado tua boca calada
Essa boca que nunca disse nada
Mas que tudo fez.

MALDIÇÃO

Palavra maldita
queima e mata
a mãe
o pai
os filhos.

Palavra maldita
entrego-me a ela
seus encantos de cigana
são a minha única salvação

Palavra maldita
tonta e louca fico
porque tanto falas
e tanto escreves
se nada quer dizer

Palavra maldita
de fogo da alma
estou presa a ti, amada
nada posso fazer

Palavra maldita
meu corpo esplandece
sou febre contigo
Sem tu, sou nada
Muda, calada
um corpo sem a alma
um corpo sem vocação.

TEMPO DURO

Nasceu no passado de agora
Entretanto, diverge de muitos
É vizinho traiçoeiro, roubador de notícia
“Chove amanhã” – diz
Acontece que chove sempre…

Maria Ottilia sempre escreveu. Aos 4 anos brincava de fabular histórias com sua mãe. Aos 12 anos começou a se aventurar no mundo da poesia. Aos 17 publicou seu primeiro livro de poemas, Savanália. Aos 18 está terminando sua primeira novela, Por Causa de você, menina. Ela está sempre inquieta no mundo das artes, nunca para, pois além de escritora se aventura no mundo das artes plásticas e no mundo musical.

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POESIA

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