‘CANÇÃO PARA OS SEUS OLHOS E OUTROS CASTANHOS’, DE ANGEL CABEZA
Por Cláudio B. Carlos
Indico, a pedido do editor, um livro que me marcou no ano que está acabando. Bueno, “Canção para os seus olhos e outros castanhos”, do Angel Cabeza, foi publicado no final de 2019 e valeu como o melhor livro de poesia que eu li em 2020. Deixo aqui um trecho do texto que tive a honra de escrever para as orelhas do livro:
Escrever poemas pode ser uma grande armadilha, ainda mais em tempos líquidos. Escrever poemas que tratem de amor, então, é como andar em corda bamba – sem rede de proteção. Não para Angel Cabeza. O poeta mora na filosofia de Monsueto Menezes – pra que rimar amor e dor? Equilibrista destemido, apresenta “Canção para os seus olhos e outros castanhos”,e se revela um poeta maduro – que pensa, repensa, trabalha e retrabalha a palavra. É um duro exercício – até o nascimento do poema (quase) perfeito. Digo “quase” porque sei que perfeição não há para os atordoados pela arte.
Possuis um rutilante
dom nos dedos:
aveludar o relógio
e amansar tigres.
O meu é recolher todas
essas alvoradas
e depositá-las
no bolso.
É pela iluminação
que se atinge
o peito dos dias.
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