‘GNAISSE’, DE LUÍS CARMELO

Por Ronaldo Lucena

Este é o primeiro livro da trilogia sobre o amor do escritor português Luís Carmelo (Por mão própria e Sísifo são os outros dois romances).  Narrado em primeira pessoa, como uma armadilha que nos faz embarcar no universo, por vezes desconexo em sonhos e visões, de um professor apaixonado por uma aluna de sua classe de Filosofia da Arte. Nem se quer o nome dessa personagem sumida, e tão presente, se sabe pronunciável. Tateamos por pistas, numa sensação aflitiva de tentar ajudar o personagem no reencontro desse amor, por vezes misterioso, por outras desprezado, por tantas parecendo até inexistente, como se fosse uma alucinação. Assumimos a cumplicidade, como leitores, da loucura de personagens coadjuvantes, lugares, acontecimentos que parecem colocados pelo escritor para nos dar um rumo, ou perdê-lo. A leitura é uma busca de pontos de referência, um quebra-cabeças a ser montado onde nem sempre se combinam as cores. O autor nos põe de volta ao chão, à possível sobriedade dos fatos, quando nos coloca diante de uma outra personagem, já no estertor das páginas do romance, sentando a poeira da leitura nebulosa. A irmã do professor surge e nos devolve um certo rumo de compreensão dessa história de amor, ou desamor. Como se acendesse a luz sobre a escrita, enxergamos as peças no tabuleiro, mas não fugimos da incontrolável sensação de que se precisa ler tudo de novo. O amor para escrita e leituras circulares. E nem falei da poesia.  

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FICÇÃO

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