‘MARAVALHA’, DE CLAUDIO B. CARLOS
Por Luís Dill
O subtítulo de Maravalha, do Cláudio B. Carlos, diz tudo: Uma novela grunge gaudéria. Embora seja sempre difícil redigir listas de final de ano e, graças a Deus, eu tenha conseguido ler bastante neste inesquecível 2020, elejo como leitura marcante do ano a narrativa do autor/editor/radialista de São Sepé. Minha escolha se deve a motivos bem simples. Os mais importantes são: 1) é uma boa história e 2) é bem escrita. Como leitor sempre busco isso nos livros de ficção.
A narrativa é ambientada no interior do Rio Grande do Sul em uma noite gelada. Dois amigos estão em um boteco, o Bar do Dedé, descrito com a mais alta veracidade. Eles bebem, bebem bastante. Um deles acha que matou alguém por acidente. Atropelamento acidental. A vítima é o tal Maravalha do título, pessoa, digamos, não muito bem quista. Conforme o narrador, “um sujeito vermelho, troncudo e truculento – mais asqueroso que colherada de ranho”.
A tensão cresce a cada novo frequentador que entra no estabelecimento. E a tevê do boteco segue lá, sempre ligada.
Dividido em cinco partes, o livro acompanha essa noite épica e etílica. O humor é a marca da narrativa, pontuada ainda pelas ilustrações do Thassiel Melo e pela diagramação descontraída elaborada pelo poeta Angel Cabeza. De certa forma, a combinação de imagens e composição do texto nas páginas acentua o tom desenvolto da olimpíada de cerveja, cigarro e bagualices. As risadas do leitor são consequência natural.
Faço coro às palavras do Leonardo Brasiliense: “prosa honesta, direta e contundente”. Maravalha, do Cláudio B. Carlos, é da Saraquá Edições e tem 154 páginas. Ótima leitura.
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