‘O MUNDO DA ESCRITA’, DE MARTIN PUCHNER

Por Nelson Rego

O mundo da escrita, de Martin Puchner (Companhia das Letras, tradução de Pedro Maia Soares), ajuda a compreender como os livros mudaram o mundo. Eu sei, alguém logo dirá: livros não mudam o mundo. No máximo, alguns livros mudam algumas pessoas. Eventualmente, mais do que algumas. Pois então, se mudam pessoas, ajudam a mudar a humanidade. O mundo não é a humanidade viva (com a sua história) sobre a crosta do planeta? O livro de Puchner ajuda a compreender como os livros mudaram a humanidade (com a sua história, aliás, com as suas histórias) sobre a crosta do planeta.

A escrita foi inventada na Mesopotâmia, há mais de cinco mil anos, para registrar trâmites comerciais e não para contar histórias, ainda que hoje saibamos que registros de trâmites comerciais foram e continuam sendo modos de enxergar – e reduzir, contar – histórias. Puchner quer mostrar como os livros mudaram o mundo e viaja ao início, com a escrita voltada para o dinheiro, para destacar que sinais em argilas inventados por mercadores se encontraram com a oralidade em rodas de conversas e assim surgiu a literatura ou a semente do que viria a se tornar literatura, livros que mudam pessoas, que ajudam a fazer a humanidade de outro jeito.

O mundo da escrita é uma viagem no tempo, por diferentes lugares, que conta a história feita de histórias. Não contarei quais histórias porque a intenção deste meu texto não é antecipar conteúdos e prejudicar o prazer da descoberta do livro de Puchner. A intenção, atendendo ao convite do Lucio Carvalho para escrever este breve texto, é fazer outro convite: à leitura de um livro, no caso, à leitura de O mundo da escrita, um livro sobre livros.

A humanidade não seria completamente outra sem leitura e escrita e sem a invenção, por Gutenberg, de um processo ágil (aparelho + tintas e papéis adequados) para a impressão de letras com tipos móveis? Se a técnica de impressão não houvesse sido inventada ou reinventada por Gutenberg, em 1439, não teria sido inventada por outrem algum tempo depois exatamente porque leitura e escrita, desde há muito, assim pediam com paixão? Leitura e escrita mudam pessoas que ajudam a mudar a humanidade, a viagem está longe de terminar e as encruzilhadas continuam dramáticas. Fica o convite.

Leia mais do autor na Sepé.

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