‘TODOS OS CONTOS’, DE CLARICE LISPECTOR
Por Inês Lempek
2020 está terminando, como um marco na historia do planeta. Um ano difícil, sabemos bem, mas também, com o perdão do lugar comum, hora de abrir novas brechas no devir do enclausuramento. Na impossibilidade de sair à rua, nos voltamos para dentro – da casa, de si, de mundos possíveis. Entre perdas e danos, salvou-se um ano de muitas leituras.
O mantra do meu ano foi a arte salva. Neste caso, leia-se literatura. Muitos livros novos, autoras e autores já conhecidos, alguns consagragados, premiados, autoras e autores novos, muitos talentos preencheram dias de isolamento e noites insones. A arte foi bastante.
Os livros, mais do que nunca, abriram portas
de mundos, ampliaram as fronteiras para além das paredes e janelas, trouxeram os encontros virtuais, as oficinas, que trouxeram mais leituras, reflexões, escritas e releituras. E seguimos, garimpando as ruínas e desencavando phoenix, asa por asa, de dentro de cada página.
2020 foi também o ano do centenário de Clarice Lispector, e de merecidas homenagens. Foram leituras individuais e em grupos, oficinas, saraus, drops, declamações, lives e encontros. Tudo isso me fez eleger, como o melhor livro de 2020 “Todos os contos”, de Clarice Lispector. Todos os adjetivos me escapam na tentativa de uma definição … denso, difícil, misterioso, cativante, ambíguo? Humano, sobretudo, simples como a vida.
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