ÁGUAS CORRENTES, por Giuliana M. Seerig

Mesmo com o andar dos anos, não alcançou mais aquela sensação de que o tempo estivesse detido, suspenso, nem mesmo nas grandes esperas que vieram depois. As horas deslizavam, naqueles verões à margem do rio, em um ritmo que, agora sabia, nunca pôde experimentar novamente. Chegava-se à casa, uma pequena chácara que a família mantinha, por um percurso que parecia ainda mais longo pela precariedade da estrada. Já no movimento de sacolejar da ida, sentia entrar pela janela o batismo da poeira densa, o tom ora rosado, ora alaranjado da terra que a acompanharia por todos os dias, que seguiria mesmo no retorno, por entre os fios dos cabelos, nas manchas dos calçados, impregnado nas roupas claras. A viagem tinha para ela, especialmente, a demora do mal-estar, logo nas primeiras curvas. Alongava-se o caminho para quem sentia, naquele trecho, já o seu limite: a indisposição era evitada com o vento no rosto, a tentativa de respirar mais fundo, e já se antecipava ali, naquele fôlego, também o sabor da terra.

Eram, depois, as horas de espera da sesta que estendiam o dia. Ansiava-se o momento em que poderia, finalmente, tomar o caminho que dava para as corredeiras que passavam pelo terreno e gastar ali o que restasse da tarde, até que o sol caísse e fosse, sob os chamados insistentes dos adultos, obrigada a retornar para casa. Depois do almoço, do desenrolar cerimonioso de todas as suas etapas –  o acender do fogo, o preparo, a ordem para servir cada prato, a conversa à mesa, o recolhimento das sobras, as louças lavadas e guardadas e, enfim, a quietude do sono dos adultos – só alcançava as margens pedregosas do rio quase perto das quatro da tarde. Era ela a mais nova da família – seus primos e irmãos, vários anos mais velhos, estavam sempre envolvidos em atividades que não podia participar, saíam para expedições para algumas cascatas dos arredores, jogavam futebol em campos lindeiros, acompanhavam os adultos em manhãs e tardes de pescaria.

Não havia, na verdade, nenhuma barreira, as portas seguiam abertas, o portão de arame por onde se cruzava para acessar o leito – que oscilava, no verão, entre esverdeado e amarronzado – nunca estava com trancas ou cadeado. Verdade que mantinham o olhar sobre ela com vigilância e cuidado, mas dispunha de relativa liberdade que deveria ser manejada com cautela para que não fosse perdida. A interdição para que ela cruzasse esse limiar antes da hora se dava, por outro lado, pelos numerosos casos trazidos pela avó de pessoas que haviam morrido de congestão por ir nadar depois de comer, pelos repetidos relatos de afogamentos. Em todas as histórias, um ponto sempre se repetia: a vítima, em algum momento, havia duvidado das advertências. Eram amedrontadoras as repetições das falas, narradas com teatralidade, do falecido que desdenhava dos cuidadosos avisos das pessoas ao seu redor por acreditar que aquilo não se aplicaria a si mesmo – exatamente o que ela pensava naquele momento, será que era possível? Se colocasse apenas os pés, pensava, talvez não houvesse risco suficiente. Seria possível que a morte fosse subindo lentamente pelos dedos e terminasse tomando o corpo todo? Pensava no afogamento sempre como uma captura das águas, uma força obscura que a impediria de subir à superfície, mas jamais se atrevia a tirar a prova, a testar qualquer limite. “Foi ali mesmo, logo naquela curva do rio”, disse a avó certa vez, com o olhar parado como quem ainda guarda uma cena recente, e desde então, até mesmo nos horários corretos, entrava na água, a princípio, com uma quietude respeitosa, que aos poucos se dissipava para dar lugar aos saltos e mergulhos e os desafios à correnteza.

A amizade entre elas se iniciou em um gesto ínfimo, um convite para uma brincadeira no portão, e com as recorrências, terminou se por se adensar. Tinham quase a mesma idade, uma delas ligeiramente mais velha, dez anos já completos. Era da família de um dos vizinhos, um senhor que morava na localidade de forma permanente, mas como ela, a menor, Lara estava ali por pequenas temporadas, aos fins de semana e especialmente nos verões. Só se viam naquelas coincidências, nos arredores da casa da família e da pequena propriedade do avô de Lara. Na cidade próxima, onde ambas moravam, nunca tinham se encontrado e talvez lá nunca tivessem estreitado os laços: frequentavam escolas diferentes, moravam em bairros muito afastados um do outro. Era no espaço daquele entrecruzamento, naquela zona de mato ao redor do rio, que haviam coincidido.  Ali, na lonjura do campo, estava ausente a televisão, distantes os livros e até mesmo as pequenas facilidades – os lanches preparados para que não tivessem que aguardar pelas refeições, as bonecas, com quais podiam seguir, sem muito esforço, uma mesma narrativa que se estendia – não fazia sentido, pensava ela, trazê-las nessas estadias; tão acostumadas às suas rotinas, estariam ali, em um forçado exílio e voltariam irremediavelmente empoeiradas.

Depois do almoço, mesmo com o sol alto, percorriam juntas as vastas planícies das horas, que demandavam um trabalho imenso para que fossem preenchidas. A primeira e mais efetiva forma eram as longas caminhadas pela estrada de terra, cujo objetivo, mais do que o passeio, era continuar a coleta de pedras que desenvolveram ao longo daquelas semanas. Eram escolhidas as que possuíam um formato especialmente interessante, bem arredondadas ou talvez quase perfeitamente quadradas ou, ainda, aquelas mais raras que apresentavam uma cor diferente. Além das acinzentadas, que podiam seduzir pela forma, encontravam-se algumas levemente arroxeadas, outras amarelas como âmbar e, uma ou outra, cintilando como uma pequena flor, avermelhada. Essas descobertas eram feitas com seriedade e cuidado, o olhar fixo por entre a poeira fina da estrada, pelas valas que se formavam com o passar dos automóveis e das eventuais carroças. Nessa recolha, consultavam uma à outra para verificar se essa ou aquela pedra cumpria os requisitos – dessa cor já temos muito, essa não é boa, essa sim! Quando algo realmente diferente aparecia, era comemorado com entusiasmo e a alegria daquele achado podia se estender por um dia inteiro.

Uma vez, tiveram em mãos um toca-fitas com fones de ouvido. Alternavam-se para escutar um cassete, trazido sem identificação, cujas músicas iam se revelando à medida em que eram ouvidas. A verdade é que nenhuma as agradava especialmente, mas, naquela paisagem, era a presença de um aparelho como aquele que parecia trazer um contraste inaudito. Não importava tanto qual música, mas o simples fato de algo soar: aquilo remetia às fantasias dos objetos mágicos que alguma vez tinham lido em histórias ou nos filmes que assistiam à tarde. No entanto, a espera entre o turno de escuta de uma e outra que precisaram estabelecer tornava o correr do tempo ainda mais difícil: às vezes, exasperadas pela sua vez, aproximavam seu ouvido ao da amiga para conseguir, como quem recolhe sobras, um pouco do que a outra escutava; desconfiavam que a faixa já havia acabado e que deveriam, agora, receber a coroa dos fones, para enfim experimentar a sensação total da música que se fundia ao ambiente. Entre rusgas e negociações difíceis, terminaram por decidir que depositariam os pequenos alto-falantes na grama, no volume máximo, para que ambas ouvissem ao menos um pouco, nem que fosse muito baixo, no volume das formigas ou dos pequenos besouros que, enquanto isso, se distraíam em importunar com pequenos gravetos.

Por rumores de que poderia despertar um vício precoce, o baralho, então objeto central dos momentos de conversas e copos entre os adultos, antes e depois das refeições, estava proibido às crianças. Observavam as combinações de cartas, os leques nas mãos com especial curiosidade; vez ou outra, permitiam que, como se manuseassem figuras, tivessem em mãos os números maiores do colorido baralho espanhol. Eventualmente, aparecia, sempre em condições um pouco duvidosas, uma bola, mas que não exercia sobre elas muito fascínio. Como os adultos à mesa, Lara, às vezes, se divertia apenas conversando. Uma vez, eu respondi um questionário com mais de 50 perguntas. Nem sempre conseguia levar adiante os assuntos que, para ela, soavam estranhos, sem propósito. Pensava que, entre as escolas das duas, vigoravam modas e assuntos muito distintos, quase como se pertencessem a sociedades muito afastadas. Para estar na moda na escola dela, se deveria, com certeza, usar calças com uma listra na lateral e tênis estilo chuteira, enquanto na de Lara era imprescindível saia pregada, rosa ou roxa, e uma mochila com alça comprida, cor jeans azul. Uma vez, Lara trouxe uma dobradura que abria e fechava, com a qual dizia que se podia saber o futuro. Diz um número!, ordenou ela.. O papel já estava tão puído do movimentos das mãos e tão manchado de poeira que a escolha das cores, uma das próximas etapas, estava dificultada. Azul, disse ela, sem convicção. Vai ter três filhos. Jamais ouvira algo tão disparatado. Lara soltou a dobradura, que ficou caída na grama, e colocou a mão no queixo. Gosta de alguém da tua sala?

Voltavam, no entanto, sempre ao que parecia ser o maior dos jogos exploratórios: nada substituía a imensidão da busca pelas pedras, o arranjo de uma coleção que cada vez mais se expandia; elas se tornavam mineradoras mais hábeis e colecionistas cada vez mais refinadas. A recorrência das coletas acabou por formar um considerável acervo, um bom repositório. Foi em uma manhã em que contabilizavam os exemplares com cuidado, espalhados na terra, que nasceu a ideia do esconderijo. Imagina, disse ela, se ao invés de achar uma por uma, tivesse sido tudo de uma vez. A ideia era enterrar em um local conhecido a pequena caixa de madeira na qual as pedras estavam acomodadas e continuar a busca como se ela fosse reiniciada. Depois de alguns dias, deixando que o distanciamento auto imposto agisse, que a falta fosse sentida, escavava-se no local e se procurava o que sabiam que já estava ali, mas como quem não soubesse. Procuravam o que elas mesmas haviam escondido, interpretavam as duas pontas da história: a coleta e o acúmulo, a pirataria e a descoberta. Enterraram debaixo de uma árvore onde sempre brincavam, um cinamomo no qual tinham instalado, com a ajuda dos adultos, um pequeno palanque de madeira. Ao serem resgatados, depois do breve descanso, os pequenos fragmentos pareciam mais preciosos; no reencontro, suas cores pareciam mais vívidas e tinham, ao toque das mãos, uma frieza subterrânea.

Receberam, um dia, algumas moedas de troco como pagamento por uma ida à pequena venda nos arredores e foi esse fato que engendrou um novo desafio. Agora, estavam de posse de uma quantia que precisava ser administrada com cautela. Depois de uma assembleia demorada no cinamomo, ficou acertado que os cinquenta centavos – divididos em duas moedas de vinte e cinco – seriam usados para comprar balas, em uma exata divisão numérica entre as duas. A moeda de um real, porém, pesada e grande quase como um disco naquelas mãos pequenas, teria outro destino: se transformaria ela também em um objeto de esconderijo e busca. O pacto era jogar a moeda no rio, na parte mais rasa, sem olhar, de costas, e depois procurar de volta. Pareceu, a princípio, que não valeria a pena; faltava coragem para soltá-la, com seu brilho dourado, nas águas amarronzadas.

A amiga foi quem fez o arremesso, decidida, e primeiro se sentiu um repique duro e metálico contra um seixo, e em seguida, ao cair finalmente na água, pôde ouvir com clareza um ruído molhado como de uma enorme gota – revivia sempre esse som, como se pudesse, com ele, revelar alguma pista. A busca pela moeda se confundia, então, com as brincadeiras na água; agora se tratava de uma busca permanente. Tateava o fundo da água com os dedos dos pés, aos poucos perdia o asco que então sentia dos trechos lamacentos, das leves bicadas que um ou outro peixe aplicavam nos dedos. Vencia esses pequenos medos porque se sentia imbuída de uma grande responsabilidade, de um grande objetivo de aventura. Gostava de sentir-se levar pela correnteza, acompanhar um pouco o curso do rio, e logo retornava, tinha aprendido a controlar seu corpo na água, a afundar e a boiar, a mover rapidamente os braços e as pernas. Tinha aprendido a nadar mas não sabia explicar seu mecanismo: a amiga nadava com menos graça, temia mais o fundo, talvez tivesse um pouco menos de jeito, e a busca pela moeda as distraía e as cansava, motivava e entretinha, como deveria ser.

Nos primeiros dias em que Lara não apareceu, esperou com tranquilidade e viva esperança, embora desde o início sua ausência lhe parecesse estranha. Já tinha acontecido, naquelas temporadas, alguns hiatos em que se desencontraram. Aguardou o chamado da amiga no portão, caminhou pelos arredores, onde geralmente andavam juntas, recolhendo timidamente algo aqui e ali, buscando talvez facilitar um acaso. Chamou mais de uma vez na casa: Lara não veio, não está. As tardes se estendiam entre ânsias e demoras: polia um pequeno fragmento, se detinha em observar que possuía – só agora ela havia notado – pequenos veios alaranjados. A esperança era, naquele momento, uma lâmpada que se acendia e se apagava. Quando a ausência se estendeu, apesar dos esclarecimentos repetidos dos adultos de que nada havia acontecido, ela sabia, intuía, que havia sido algo grave. Não deixaria simplesmente de vir, se havia tanto por fazer, disso ela tinha certeza.

A ideia a perseguia por todos aqueles dias. Tinha estado sozinha. Deveria agora levar a cabo a busca, toda a responsabilidade recaía sobre ela e não abandonaria, assim, esse dever. Com certa solenidade, desenterrou as pedras coletadas. Pensou que ficariam mais bonitas se, mais uma vez, tirasse delas o que ainda havia de poeira. Sentada à beira do rio, enquanto mergulhava uma a uma na água para eliminar o mínimo rastro de pó, mirou demoradamente as águas e, com uma tristeza de mundo decaído, foi surpreendida pela certeza: ela tinha se afogado. Um pedaço de madeira corria, se deixava levar na correnteza do rio, tinha sido assim, pensava ela, que Lara havia ido embora.

A certeza do desaparecimento a fez regredir a medos antigos. Voltou a temer o escuro, a imaginar figuras em objetos na penumbra, e a rotina no cair da noite era de recolhimento e de uma vergonha contida – tinha perdido uma coragem já conquistada, não podia mais pedir ajuda. O zunido das cigarras, ao cair da tarde, era, para ela, um ruído choroso; queria chorar ela também, mas não se permitia. O cansaço com que se abandonava de forma quase automática ao sono deu lugar a um estranho estado mental em que se sentia presa, inerte. Procurar a moeda, resgatá-la, era como tentar executar algo que pudesse, talvez, reparar, ao menos um pouco, a ordem das coisas. A esse mundo, alguém teria que dar corda, essa tarefa coube à ela.

A contenção do medo e da tristeza, que exigia tanto esforço, redundou em uma apatia que não passou despercebida. A avó e a mãe, e até mesmo os irmãos, que quase nunca dedicavam muito tempo a prender-se nas questões que lhe diziam respeito, se esforçavam para suscitar nela algum entusiasmo. Já está grande, pode jogar cartas, se quiser; a gente te leva para comer pitangas, não é longe daqui. Pensou-se que, talvez, uma chamada para o pai pudesse amainar o desânimo, que se tratasse de alguma sorte de saudade que, por tão difusa, ela não tinha podido identificar. Como em uma grande operação, o avô e a mãe dirigiram até o centro da pequena cidade – uma dezena de quilômetros da mesma estrada empoeirada – para alcançar um quiosque que concentrava, entre seus serviços, uma cabine telefônica. A voz do pai, colhida em um aparelho cujo peso ela sustentava com esforço, chegava metálica e distante: o eco suave que ouvia da própria voz parecia, também, fazer dela mesma um ser estranho. Por que não vai pescar, com os guris?, sugeria o pai, com a voz ensaiada de quem já havia sido preparado para aquela conversa. A menção à pesca trouxe à tona a imagem de um peixe que, uma vez, há alguns meses atrás, ela havia pescado; o olhar parado do animal que, pouco a pouco, se afogava no ar, ela havia guardado em um canto muito reservado da mente, a muito custo, e, agora, solto, a perseguiria por dias, às vezes com tristeza resignada, às vezes como uma dor pungente, pintando com tons mais intensos o sofrimento que ela já sentia. Estiveram assim, pensava, os olhos de Lara.

Voltar para a cidade se sentiu como o retorno de uma longa expedição e um certo alívio convivia com o peso de um dever incumprido – pensava o quanto as aflições e o peso do que sentia a acompanharia ou se seria possível deixá-los, também, para trás. Sentia-se um pouco náufraga. A sensação de estranhamento e familiaridade na própria casa permaneceu ainda por vários dias. O macio da própria cama e o toque suave das pelúcias que repousavam sobre ela eram sentidos como pela primeira vez; os ganhava, como novos, todos no mesmo instante. Quando pensava nas tardes no rio, na busca que concebia, tudo assumia uma atmosfera de sonho. Folheava os livros, que cada vez mais coloriam as tardes solitárias, com atenção e cuidado. A melancolia que sentia não havia propriamente passado, mas se incorporado, se cristalizado em sua forma de ser: agora já não estava dolorida, domava os medos sempre que apareciam, circulava pela tristeza com destreza, experimentava dela um pouco de fundura e de superfície. O ano escolar começava e, assim, uma série de tarefas se abria para ela, pediam que fossem completadas, davam aos dias um novo sentido de urgência. Abria-se uma sequência de anos por cumprir, as intrincadas operações numéricas, o mistério das letras que se combinavam e se abrigavam nos espaços das linhas do caderno. Devia tomar decisões, desenvolver um estilo de letra, optar por esta ou aquela forma de grafar um número. Como um costume remanescente, em muitos momentos circulava pelos pátios e jardins da escola com os olhos baixos e coletava pequenas pedras que, por uma razão ou outra, capturavam sua atenção – mas as soltava em seguida, algo a chamava sempre, fosse alguém ou um pensamento. Vez ou outra, quando se surpreendia distraída em algumas horas mais silenciosas da tarde, ou mesmo quando, concentrada, desenhava com cuidado as letras na folha de um caderno, cintilava uma lembrança, como um metal que brilha, solitário, no fundo de um rio.

Giuliana M. Seerig é bacharel em Letras (Português/Espanhol, FFLCH/USP), jornalista (UFSM) e escritora. Contato: giuseerig@gmail.com

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