Categoria: POESIA

PORTO ALEGRE, por Lucio Carvalho

Os poemas a seguir foram publicados em livros individuaise na antologia “Inventário”, publicação da TAN Editorial, de 2022. Porto Alegre (2013) Não te vejo mais e ainda te encontro, Porto Alegre.Não são teus lugares, talvez só as pedras do calçamento.Não são as avenidas congestionadas, mas as ruelas do centro. Não são os carros de cem…

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De ‘SAL’, de Mar Becker

De “Sal”, lançamento de Mar Becker pela editora Assírio Alvim,publicamos o poema “Annes” e a apresentação de Lawrence Flores Pereira. A palavra em desabrigo: algumas notas sobre Sal, de Mar Becker Lawrence Flores Pereira* Diante de Sal (Assírio & Alvim, 2022) e da poesia de Mar Becker: é como, depois de uma longa viagem, ver…

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RUÍNAS DE SÃO MIGUEL, por Getúlio Ellwanger Neves

O verso penumbra que já foi um universo foi ouvido pelo poetano silêncio das ruínas quando visitou as Missões no outono de 1985.O poema, escrito lentamente nos meses seguintes,seria incluído em seu segundo livro, “Águas Siladas”,editado pela Movimento em 1992. 𝘌𝘯𝘵𝘳𝘦 𝘦𝘴𝘵𝘢𝘴 𝘱𝘦𝘥𝘳𝘢𝘴, 𝘯𝘢𝘴 𝘦𝘴𝘤𝘶𝘳𝘢𝘴 𝘧𝘦𝘯𝘥𝘢𝘴𝘢𝘭𝘨𝘰 𝘴𝘶𝘮𝘪𝘶 𝘮𝘢𝘪𝘰𝘳 𝘲𝘶𝘦 𝘢 𝘙𝘦𝘢𝘭𝘦𝘻𝘢:𝘋𝘦𝘶𝘴, 𝘶𝘮 𝘗𝘰𝘷𝘰 𝘦𝘯𝘷𝘰𝘭𝘵𝘰 𝘦𝘮…

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5 poemas de ‘ENTRE MANDALAS, ESPADAS E UMA ESCADA CARACOL’, por Mariana Machado

DESALINHO Eu, que não sou nenhum grau 33dessas seitas políticas que exigemo beijo impresso atrás do Baphomet,a subserviência das palavrasde alminhas devotadas, cujos punhos,desvirginando nuvens, vêm proporbrindes de sangue e leite verborrágicos;como alcançar a condição de eleita?Eu, que não tenho sido a cidadãconsciente, e não conserto o mundo, e nãoseparo o lixo dos meus pensamentos;eu,…

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De ‘VENEZA SALVA’ (Simone Weil), por Gabriela Porto Alegre

“Há muitos livros ou artigos que dão a impressão de que o autor, antes mesmo de começar a escrevê-los, e, posteriormente, logo antes de enviar a obra para o pre­lo, pergunta-se com verdadeira ansiedade: ‘Eu estou na verdade?’ Há muitos leitores que, antes de abrir um livro, perguntam-se com verdadeira ansiedade: ‘Encontrarei aqui alguma verdade?’…

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EM DEFESA DA ALEGRIA (Mário Benedetti), por Sidnei Schneider

para trini Defender a alegria como uma trincheiradefendê-la do escândalo e da rotinada miséria e dos infamesdas ausências transitóriase definitivas defender a alegria como a um princípiodefendê-la do pasmo e dos pesadelosdos neutros e dos nêutronsdas doces infâmiase dos graves diagnósticos defender a alegria como uma bandeiradefendê-la do raio e da melancoliados ingênuos e dos…

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FLAMINIA COLELLA: ALGUNS POEMAS TRADUZIDOS E UMA ENTREVISTA, por Paulo Damin

Traduzi cinco poemas de Flaminia Colella, poeta italiana até este momento inédita no Brasil. Eles fazem parte do mais novo livro dela, que se chama Guerrafesta (ed. Cartacanta). Na sequência, há uma entrevista exclusiva com Flaminia. Nota-se logo a postura narrativa da poeta. Seus poemas são cenas. Situações cotidianas que, em versos enxutos e sintaxe…

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UMA DAMA (Heinrich Heine) e TAPA DE LUVA (Friedrich von Schiller), traduzidos por Mariana Machado

UMA DAMA(“Ein Weib”, canção de Heinrich Heine. Versão de Mariana Machado, a partir da tradução de Wagner Schadeck) Ambos viviam uma paixão:Ela, bandida; ele, ladrão.Quando um trambique ele fazia,Ela, na cama, ria e ria. No ócio de dias sem proveito,À noite, estava ela em seu peito.Levaram-no à delegacia,Ela, à janela, olhava e ria. Fez-lhe um…

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1 poema de Juliana Meira

pedrinhas desbastadas pela água da sangaonde rodopiam girinos e tampasde cerveja                          longe alguma bolita só de bici se percorre essa seara compridaque dobra a ladeira com bergamota na cestaporque o que se move gira néon sempiterna memóriacaleidoscópio construído com sobrasdo que se tinha Juliana Meira nasceu em 1981, no interior do Rio Grande do…

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1 poema de Vera Ione Molina

EM TEMPOS DE LUTO Naqueles tempos antigosquando a família perdia um membroas mulheres surgiam vestidas de pretoda cabeça aos pésas crianças ouviam gritos e odiavam o falecidoSabe-se lá se as velhas obrigavam as meninas-moças a gritaros sons delas pareciam fingidos de tão agudoscomo se os homens amados tivessem partido para uma revoluçãoOs gritos das mães,…

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5 poemas de Lígia Savio

HÉCATE Só quem se desviou da rota principale pegou uns caminhos tortosé que pôde enxergaroutros céus, outras paragens,os azuis esverdeados,descoberta de um poetanavegando em barco bêbado.Também eu quisSentir o gosto das frutas interditasMe fui ou fui levada?Que dimensão era aquela?Entrava-se na íris das pessoase se via tudo por dentro,mente e coraçãoQue infinitos terríveis se abriram…

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1 poema de Myriam Beck

GOTA MÍNIMA Dentre as gotas q caiam sobre a aridez da terraapenas uma tinha consciência de ser chuva.Precipitou-se, feito quem se acaba chorando. Isso.Inundou o mundo feito quem ama. Quando pequenaouvira narrar sobre histórias de lugaresdonde garoa q ousa não retorna.Lugares onde o lobo guará seduz a luae as salamandras exibem malabares no interior do…

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4 poemas de Mariana Artigas

John Coltrane pronuncio teu nome, cravando sete relâmpagosnas tuas costas,pronuncio teu nome gemendo na camade um outro alguém, em uma conversa casualdigo que acho teu nome bonito.j o h n c o l t r a n e ecoa e ecoa pelo apartamentoq u a t r o ou c i n c o espasmosaguardo…

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5 poemas de Giana Guterres

com quais palavras se deve escrever um poema?amor, dor, pássaro, florcabe tanta coisa na rima que não cabe na sonoridadefazer do poema uma cidadeonde há casas para todosonde a fome fica do lado de láonde todo mundo é digno de ler um poemaonde não faltam bibliotecas nem escolas.todo poema é uma utopiaem que habitam os…

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6 poemas de Luciano Lanzillotti

I Um lar tem duas facesviradas do avesso. De um ladoatividadesde engenhoe do outroo disparatede ainda se procurarpor sossego. II Complexofeito um corpo com sistema circulatóriobombas, ossose aparelho excretor. Há algo de desconhecidopor entre a alvenariada casa. III Pequenos consertose trejeitos são maisdo que necessários: uma casa desmoronapor forae por dentroem memóriae pensamentos. IV Vidrosmuito…

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4 poemas de Ines Lempek

Transição Acordo com os primeirossons da manhão canto do pássaroabre o céucomo se descortinasse o diacom seu bico cantador A noite se encolhecom ela tua presençarecolhida no meu sonho. Ao luar Na janela semiabertaa luz trêmula da veladança prá luana garrafa de vidroum líquido corde sanguetesão das uvascolhidas ao luar. Mantra O clarear do céuabre…

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2 poemas de Cleber Pacheco

OBLIVION Esqueci os sons das palavras,Como consultar dicionários,Os nomes das borboletas. Hoje vigoram os ruídos,Os mergulhos dos afogados,A estridência dos espectros. Será preciso reconstituirA ingenuidade da ortografia,Os resquícios dos pergaminhos,A criação do alfabeto. Só então poderei nomearAs flores fecundadas no silêncio. DIMENSÃO Os olhos do felino veemAs franjas do invisível,Mesmo quando sonham,Ainda que indolentes,Os olhos…

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5 poemas de Leonardo de Oliveira

Silenciosa como um vaso de floresNo quarto cheirando a vinho e cigarros.Desarrumou as gavetas, só pra arrumar de novo.Sob a luz da meia tarde as rosas murchamO mundo em chamas.Janelas verdes, ar parado, asas cortadasBorboleta aprisionada sob o vidro.Outro cigarro, outro filme, a noite se avoluma.O silêncio se intensifica, grita.Ninguém sabe do amanhecer, ciência inexata.A…

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3 poemas de Gonzalo Bolliger

Os Delírios de Narciso Nasci nas ranhuras da montanha,Cresci nelas como um arbusto raquítico e seco,Minhas folhas, que são poucasExperimentaram o vento de todos os lugares,Pois sou o filho pródigo da fugaO inconsolado, o peregrino, o inconstanteDe olhos enormes e boca silenciosa como a noite. Filho da loucura do crepúsculo dos Deuses,Observo tudo de um…

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3 poemas de Daniel Ricardo Barbosa

Memória Talvez você saia pela portadaquela casa estreita begeA madeira o vidro da saídaatrás de grades uma janela Fora uma funerária me lembrofaz tanto tempo prédio ao ladoDepois marmoraria faz sentidonão!, não faz sentido nenhumSaia depressa!, me dê as mãos Era outra época cá me senteiera dia de feira tocava músicasenhor ao lado chorava choravaporque…

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5 poemas de Sammis Reachers

CARTA AO CAFÉ Café aroma de larRitual, despedida de quem vai,Abraço a quem retornaCoffea arábica, Coffea canephora,Coffea liberica, Coffea dewevreiE as raças secretas de café Cremes, bolos, infusõesDrinks, balas, canapésReversa marihuanaDe santos, céticos e sahibs Aqueduto tônico odoropulsanteOdoropulsar:Café cuspidor de estrelas,Regurgitador de luzesFestim fenomenológicoReserva moral da literatura Sol do leite, do creme, do rumSol para…

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3 poemas de Maximiliano da Rosa

setembro ela tira a roupa, rebolaeles tiramavida do menino, põe a culpa em quem quisertirono péretire-se para o retirotiro na ruareator incandescenteretasrótulosrainha mortao povo rezaa nós não importabandeiras: verde e amarelo e vermelhogrito do Ipirangatelefone novonenhuma utilidade novaa raiva do reacionárioo genocidaainda genocida vida a vida é uma noiva sempre cansadano final a gente casa…

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3 poemas de Sonali Souza

RELEMBRO Avó! Avó!Quando pego os fiosda linhae teço laços e nóscom a agulha de crochê que me destesvoltam a mimnós duas.Eu a teus pésadorando-te,teu silêncio negro,tua história de mansidão,de esquecimento de si,viva que estavasna sua descendência.“Olha a saliência!” PRAGA DO TIO BETINHO Seu filho da’zunha,seu filhote de cruz-credo,num vem si metê comigo,criar quizumba,que sou sobrinhade…

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3 poemas de Eraldo Galindo

Canção de despedida Quando o trem desaparecer na curvae o sol poente morrer atrás da montanhaquando os ruídos da casa cessareme restarem apenas murmúrios de velhose fragrâncias de saudadessairei de mansinhoaté desaparecer na vastidãodo nada Os relógios congelarão as horase rouxinóis deixarão no ar gorjeiosde despedida Tudo é instante – bem sei Alfa e Ômega…

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MEMENTO, por José Francisco Botelho

Em tardes de invernoque o fogo alongavaestalando chamaspra dentro do ocasominha avó contavaa velha lembrançade quando, menina,na noite do rancho,o estrondo de passoscresceu em seu sonhoe a trouxe assustadade volta à vigília. Passos de botas duras,duro tinir de esporas,estalos de rebenques,sussurros de cancelas,contra o silêncio aflitoda noite que aguardavaum grito, uma batida,na estância que dormia,exceto…

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MARIA GRAZIA NAPPA: ALGUNS POEMAS TRADUZIDOS E UMA ENTREVISTA, por Paulo Damin

Maria Grazia Nappa (Caserta, Itália, 1985) estreou na literatura em 2018, com a publicação de um livro de poemas chamado Le brutture dei cuori scalzi (“As feiuras dos corações descalços”). Em 2019, lançou Nata intera (“Nascida inteira”), também uma coletânea de poesias. Publicou em diversas revistas, como ClanDestino, 900 letterario e La lettura. Organizou com…

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3 poemas de Marco de Menezes

pássaro, 1994 depois, bem depoisque meu amigo Luizse jogou do terraço do nosso apartamento,passamos a chamá-lo de homem-pássaroque era uma forma de rirmosde um assunto que não nos deixava mais tristes estava tudo previstoele, ou parte dele,já havia cortado os pulsos uma veze tomado umas pílulas outra vezmas isso a gente não sabiafoi o irmão…

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3 poemas de Moema Vilela

Inscrições abertas para cursos de línguas estrangeiras 2028 Gozar, apesar,ao invés e ao revésde tudo. A partir do que for.Como um ás. Saber o gozodisponível, como o arpara a respiração. Desfrutar de todo jeito.Sem embargo e a despeito. Malgrado e não obstante.Independentemente. A conjunção de fatoressabemos bem – e também por isso gozar. Na cara…

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5 poemas de Jéssica Iancoski

ROLOS DE PAPEL FILME como ybásecando longe do pé dedos esticadospela ganância brancaformam uma linhado polegar ao mundinho movimentos de pinçaroubam a tangerinatentando extraira seiva interina sem que saibamrobôs descascamo firmamento frutos envoltos em etilenoenrolam horizontesem rolos de papel filme UM SÓ LAMENTO PARA O SOTERRAMENTO enquanto cipósse lançam do altodas copasbuscandoa semente pessoastrocam de…

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3 poemas de Violeta Rivero

feita de cantos livresmesmo nas horas friasum pedaço de pedramedrado de poesialonge de deus e o mundotão perto das aguadasdeleitar de delírioscios de passaradarisos e super novasrosas, mitologiasguia de não sei ondelonge de já ser diamúsica analfabetafeita de letra poucagraves estrelas riemluas e aqualouca Que idade tem a almaDa criança que nasceu? Quantas células se…

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De ‘OLD PARR’, de Armando Moura Filho

Noite espichada Noite espichada,Dia que se recusa a chegar.A noite profunda é o meu habitat,Quando ela chega saio para as ruasDesertas, o lixo carregado pelo vento,Que posso ver até onde permite a neblina.Movimento-me por calçadasIrregulares e estreitas. Às vezes,Tropeço. Quase caio.Vejo luzes de bares quebradas pelaDensa bruma,Dentro deles só corações sangrandoDe solidão.Não é real, estou…

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3 poemas de Ines Lempek

Refluxo das horas Havia um fogomornouma sombraocultaatrás das horasidas Um raio indiscretofulminando silênciosdiminuíao hiato No esconderijoa céu abertopalavras aqueciama pele Segredos reveladosa céu noturnona areia movediçauma estrada Olhos entreabertosa maré semeiacorpos renovadosno refluxo das horasidase vindas. Estiagem Entrego esse sorrisodobrado e guardadona caixa de fantasiasque o musgo do invernoesqueceu de cobrir a chuva metálicaacordou o…

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5 poemas de Thamar de Araújo

Sinto que ficareià deriva.Mas desta veznão cristalizareias tempestades.Transformarei o além-marem marolassuficientementefrágeis,para eu repousar. Enquantoosustonãopassa, enquantoatristezanãocansa, intentarei novos altares.Amanhecerei outras.Carregarei flores,com cores inventadasque ainda nem sei,por lugares inimagináveis,onde escaparei.Anoitecerei eras.Reconhecerei poucas. Decantarei. “Tsunami” in “Memorial de Lilia.” Descobertas insensatas.Pequenos fracassos.Busco pontes movediças, inauguro naufrágiosde centenas de barcos de papelem dias ensolarados. Respiro por entre os cantosde…

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5 poemas de Luize Gomes

Idas e vindas Em intervalos de tempoperco-meperco-me de tal maneira,que chego a sentir o gostode poesia do meu desertoem minha boca Em intervalos de tempoperco-me Quando menos esperosem mais nem porquêvoltovolto de tal maneira,que chego a desdenharde quem sem saída, se foi. Em raros dias de neutralidade internade ser limpo, que não tem pretensão de…

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De ‘ELVIRA VIRGÍNIA’, de Dani Espíndola

o muro estar no escurocegaem cima do muro fio-de-navalhaque retalharecorta em frangalhosa alma a dor que entalhadúvida megeraque emperraestanca a vidasangra a feridaatrapalha no murogritourroficoa esperar o desequilíbrioque me libertarádesta prisão em linha reta diagnóstico como lhe explicar, doutor,o que sinto? o que não sinto maisé o que me assustaviver em apreensão o fôlego sempre…

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5 poemas de Graziela Jacques Prestes

Inquietação Em que clarão me lancei?Tanto espaço entre o calado e o expressoUm universo metaversoDia e mente escrevo parágrafosInteirosMedo e razão apagam tudoQuerem o tempo em negaçãoA segura certeza do grande irmão Poros O amor descoberto em noite de lua cheiadegustado em cálice de vinhoexpande os corposapeia, gaucheque a solidão é vento de areia Jardim…

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5 poemas de Daniel Ricardo Barbosa

As Cinco Irmãs Ausentes estrelas, cruzeiro do sula bússola coração que vagueiaa respiração nítida condensadaacelerada como bater de palmasem espaço de engolir os sonos. Equilibre o que não pesameça a força do tempoescreva peça na escuridão. A cena é a que se repeteas crianças brincam, bolabarcos de papel, chocolateos lábios sujos de ranhomarcados pela terratudo…

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De ‘A ÚLTIMA VEZ QUE PENSO EM VOCÊ NESTE SEGUNDO’, de Léo Cruz

dói quando eu encontrofotos nossas no meu celularocorrem dois momentos: surge um ar diferente no ambiente,uma doçura que eu apostoque toma conta da sala inteira,do andar todo, do prédio por completoe eu lembro da gente sendo feliz(afinal, ninguém tira foto de casal triste)e nem penso nos mil motivospara que tenha dado tão errado. depois, as…

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3 poemas de Iolly Aires

desidentificação convidaram-me a sentar à mesacom a condição de que me alienasse de mimapenas para comer as sobrasao invés de oferenda que alimentasse o meu serpor isso, começo a expelir a bílis da assimilaçãode um desejo alheio ao que me constituide um parâmetro alheio a quem sou. o quanto de mim foi perdidodesacreditado, esvaziado?quem é…

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De ‘TRAVESSIAS DE AMANAÃ’, de Ana dos Santos, Lilian Rocha, Carmen Lima, Fátima Farias, Taiasmin Ohnmacht e Delma Gonçalves

A cor do negro (Ana dos Santos) A cor do negroé o contraste entre as cores.São multicores negrasentre a mais clara e a mais escura cor.Mas ainda é negroo meu amor!Há pessoas de core há pessoas sem amor…E eu,eu amo quem sou:Negra! Preta-à-porter (Carmen Lima) Pendura a armadurapesada e dura de amargorEspalha, embaralha, realça tua…

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5 poemas de Mar Becker

Num fio I não importa o que eu diga das tuas mãos só posso amá-las como amopelo que não sei dizer amo tuas mãos ali onde elas calam no silêncio que guardam, intacto como o nomede um pássaro não catalogado II da tua boca não importa o que eu diga amo-a porque me escapa a…

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